gritos. tudo que eu ouvia eram gritos. e quando eu voltava… fome. não conseguia comer, a carne tinha cheiro podre. tudo doía. eu não sentia minha mão quando… tem algo errado.
não confie em demônios.
ele me mostrou o que ele fez hoje. entendi o cheiro de podre. tudo era vermelho e preto. as paredes, o teto, as pessoas. eu tentei cortar minha mão fora. não deu certo.
comi maçãs depois de muito tempo.
ele também tem fome. ele precisa se alimentar. por isso eu tenho essa fome. talvez isso funcione.
eu não tenho mais forças pra andar. meus braços estão dormentes. ele me dá forças.
ele está com fome.
fome
fome
fome
ele se alimentou de novo.
fome
fome
fome
fome
fome
fo— não.
ele achou comida
eu consegui finalmente ver a luz no fim do túnel. criaturas mágicas apareceram novamente após tanto tempo. as raposas da neve estavam enfurecidas, seus pelos estavam manchados pelo mesmo tom de preto que o vermelho ficava depois de secar. o demônio não consegue prever seus movimentos. o demônio está com muita fome. elas são mais rápidas. elas são sagradas. eu conseguia sentir seus dentes rasgando minha pele, mais um pouco e elas poderiam me libertar dele. só mais um pouco e
estou livre. quem é esse... homem falando? ele não olha pra mim. tudo aqui é tão frio. e vazio. ele ainda está falando. ele quer que eu responda? o que eu respondo?
voltar pra lá? não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. não. nã
“certo…”